Bioquímica da Diabetes
quarta-feira, 25 de junho de 2014
"Diga quais são os efeitos da prática de exercícios no diabetes correlacionando com os receptores GLUT-4."
A prática de exercícios físicos contribui para que haja um maior direcionamento de glicose para as células musculares, assim como a sensibilidade celular à insulina. O transporte de glicose ocorre através das proteínas GLUT (IRIGOYEN, M.C. et al., 2003, p. 110). A GLUT-4 localizada nos músculos estriados esqueléticos são mediadas por insulina e pela contração muscular. Apesar de não haver dados exatos a respeito da prática de exercícios e o aumento da captação de glicose no organismo, há indícios de que exercícios aumentam a ligação de insulina aos seus receptores e aumentam o transporte de GLUT-4 em miócitos. Dessa forma, a glicose independe de alterações na concentração de insulina circulante. "A atividade contrátil do músculo pode estimular a translocação do GLUT4 na ausência de insulina, e alguns estudos sugerem que existem diferentes 'pools' intracelulares de GLUT4, um estimulado por insulina e um estimulado pelo exercício".(HAYASHI et al., 1997; GOODYEAR; KAHN, 1998 apud ROPELLE; PAULI; CARVALHEIRA, 2005, p. 51). O post sobre o uso de creatina no tratamento de diabetes mellitus 2 apresenta a mesma ideia a respeito do assunto abordado.
terça-feira, 24 de junho de 2014
Outro ponto de vista sobre a diabetes
Obtemos um depoimento de uma portadora de Diabetes Mellitus 1, uma jovem que tenta demonstrar às pessoas que é possível viver com diabetes, seguindo as ordens médicas.
"Olá, :)
meu nome é Thayna. Tenho 18 anos e fui diagnosticada com Diabetes Melittus tipo
1 (insulino dependente) aos 4 anos de idade.. Minha mãe nem suspeitava. Só
achava estranho que eu urinava demais. Bebia muita água. Quase não comia e estava
emagrecendo demais. Até que eu tive uma virose e ela resolveu me levar ao médico.
E aí BUM!! SUA FILHOTA É DIABÉTICA... A partir daí eu passei a ter uma dieta. A
aplicar insulina em boa parte das refeições e por aí vai... Depois de alguns
anos de diabética mudaram minha dieta para a "dieta de carboidratos"
e a partir dela eu passei a poder comer qualquer coisa... Era só calcular a
quantidade necessária de carboidrato que eu precisava comer e ver a quantidade
que cada comida tinha. Com essa mudança, eu passei aplicar uma quantidade de
insulina equivalente ao que eu comesse. O que é muito prático, porque eu posso
comer doces.. Ao contrário do que muita gente pensa.
Diabéticos (bem controlados
como eu ) podem levar uma vida totalmente normal fora de complicações. E é
extramemente chato quando alguém que só conhece por alto a doença diz que você
não pode fazer algumas coisas, como comer doces e ficar dizendo que você vai
morrer ao comê-los... No final do ano passado eu coloquei a bomba de insulina
que talvez seja o sonho de muitos diabéticos, porque quando você é dianosticado,
você tem que se furar umas 7 vezes por dia para injetar a insulina (a insulina
nao pode ser consumida via oral por ser uma proteína e se ela chegar ao estômago
vai ser digerida e vai perder o efeito). Com a bomba de insulina o diabético só
se fura 2 vezes por semana, o que se torna muito mais prático... bom.. eu tenho
uma vida normal. Faço de tudo. Como de tudo e vivo bem assim. Tenho amigos e
familiares que entendem bem minha situação e a diabetes nunca foi empecilho
para mim."segunda-feira, 23 de junho de 2014
Diabetes e Alimentação
A diabetes é uma doença caracterizada pelo alto nível de glicose no sangue, que pode ser uma consequência de resistência à insulina, destruição autoimune das células-beta do pâncreas ou a combinação desses dois fatores (ver posts sobre fatores de riscos e causas das diabetes tipo 1 e 2).
A alimentação é muito importante no tratamento dessa doença, pois dependendo dos alimentos que comemos, o quadro de diabetes pode ser revertido. E no caso de uma pessoa com pré diabetes, ela pode evitar de se tornar diabético apenas alterando a composição nutricional de suas refeições.
Os carboidratos são os grandes vilões da diabetes. Ao ingerir alimentos ricos nessas moléculas o corpo libera o hormônio insulina, cujo mecanismo age desfosforilando as enzimas da via de degradação de lipídios e assim tonando a lipólise e beta-oxidação menos ativas. Também como consequência do seu mecanismo de ação, a insulina estimula a via de síntese de triglicerídeos (lipogênese), o que gera o aumento de gordura visceral (aquela contida no tecido adiposo). O acúmulo dessa gordura leva a um conjunto de distúrbios conhecidos como síndrome metabólica, que leva à resistência à insulina. Com a resistência à insulina a glicose no sangue aumenta cada vez mais, e por sua vez, o aumento de glicose aumenta a resistência à insulina formando um círculo vicioso.
A glicose é altamente tóxica no sangue, e essa toxicidade ataca as células-beta do pâncreas (células produtoras de insulina), então podemos concluir que a hiperglicemia também é responsável pelo mau-funcionamento dessas células.
Seguindo esse raciocínio fica óbvio que a melhor dieta para um diabético é uma dieta livre de carboidratos. O melhor exemplo é a Dieta Low-Carb e Paleolítica, que consiste em uma alimentação rica em gordura e livre de grãos, açúcar, lactíneos, e alimentos processados. O nome da dieta se refere ao período anterior à agricultura, quando não havia fontes de carboidratos.
Na Dieta low-carb/páleo os alimentos consumidos são: carnes, peixe, ovos (fontes de proteína), vegetais (exceto raízes, por serem ricas em carboidratos) e gorduras naturais (coco, azeite de oliva, manteiga). Podem ser consumidas frutas, mas apenas as que não contém muita frutose, como as frutas vermelhas. Lactínios também são abolidos poque a lactose é um carboidrato, mas os derivados fermentados podem ser consumidos (iogurte natural, queijo, coalhada, manteiga) pois no processo de fermentação a lactose é consumida por bactérias.
Agora vamos aos benefícios metabólicos da dieta: a não-ingestão de carboidratos faz com que a insulina não seja requerida, então seu nível continua baixo. Em decorrência, as enzimas da lipólise e beta-oxidação permanecem fosforiladas e portanto ativas, forçando o organismo a obter energia através da queima de gordura. Com o nível baixo de insulina a lipogênese também não vai ser estimulada, impedindo o aumento de gordura no tecido adiposo. A queima de gordura leva então à diminuição de massa gorda e consequentemente dos fatores que causam a síndrome metabólica. Assim a resistência à insulina pode ser evitada ou revertida.
Outra característica importante da dieta low-carb é a diminuição da fome, por meio de hormônios como o peptídeo Y. Isso ajuda ainda mais no estímulo da queima de gorduras, fazendo com que o organismo consuma até 500 calorias de gordura corporal por dia.
Durante anos a gordura foi tida como a vilã das doenças ocasionadas pela síndrome metabólica. Mas recentemente a revista Time publicou uma edição (em junho de 2014) que desmente a crença de que os lipídios são o que há de mais errado na alimentação ocidental.
http://timedotcom.files.wordpress.com/2014/06/fat-cover.jpg?w=560
João Pedro de Souza
Referencial Bibliográfico:
Blog Dieta Low-Carb e Paleolítca. Dr. José Carlos Souto
<http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/>
domingo, 22 de junho de 2014
Tratamento DM1
Tratamento de
Diabetes Mellitus 1
Na diabetes tipo 1 não há
produção de insulina no pâncreas, portanto o tratamento é baseado na reposição
de insulina. Para repor corretamente esse déficit de insulina, é necessária a
medida de glicose no organismo. Esse teste é feito com o glicosímetro, aparelho
que mede a glicose através de uma fita específica contendo uma gotícula de
sangue do diabético. Como saber qual a quantidade de glicose é essencial para
um bom funcionamento do organismo e quantas vezes fazer o teste no
glicosímetro? Através de acompanhamento médico é feita uma lista de metas e quantidade de testes para se fazer
cotidianamente, para que o paciente não tenha complicações a respeito de
déficit ou superávit de glicose. Os tipos de insulina mais comumente utilizados
são classificados como Insulina NPH, Insulina Regular, Análogo de Insulina e
Pré-mistura. Os locais mais indicados para aplicação de insulina são: abdome
(barriga), coxa (frente e lateral externa), braço (parte posterior do terço
superior) e região da cintura Glúteo (parte superior e lateral das nádegas).
Além do
tratamento com a indução de insulina, o paciente também deve tomar cuidado com
a alimentação, fazer exercícios físicos, evitar consumo de bebidas alcóolicas,
dobrar o cuidado com a saúde bucal, pois como o sangue tem uma glicose muito
alta, há uma alta para o desenvolvimento de bactérias na boca. Ou seja, manter
uma vida saudável, sem excessos e sem uso de cigarros são essenciais para um
bom estado de saúde, seja a pessoa portadora ou não de diabetes.
Inovações
Tecnológicas
Com os avanços na
tecnologia, houve o lançamento no final do ano de 2013 de um aplicativo para
Android e iPhone que possibilita a medição de glicose no organismo e o mesmo
pode ser enviado para o médico do paciente, para que haja um acompanhamento
mais ativo do médico em relação à glicose do paciente. A contagem de
carboidratos também é uma função desse aplicativo. A pessoa põe a quantidade
das porções que está comendo e o
aplicativo faz a contagem de carboidratos, para que a quantidade de insulina
aplicada seja mais precisa. Ou seja, a contagem de carboidratos da alimentação
será essencial para a saber a quantidade necessária de insulina a ser aplicada.
Esse aplicativo tem o objetivo
de facilitar o acompanhamento médico e também para facilitar a vida dos
portadores de diabetes, que podem saber a quantidade ideal de insulina a ser
aplicada, tendo gráficos para observação contínua da doença. Como é um
aplicativo para smartphone, o iBGStar está sempre às mãos do usuário, sendo
muito prático e fácil de utilizar.
Referências Bibliográficas:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/06/28/avancos-tecnologicos-melhoram-a-qualidade-de-vida-dos-diabeticos.htm Acessado em
18/06/2014 às 17h46.
sábado, 21 de junho de 2014
Ftalato, um vilão desconhecido.
Ftalatos são agentes químicos plasticizantes que garantem flexibilidade e maleabilidade aos plásticos que estão presentes no nosso cotidiano como por exemplo: produtos de higiene corporal, cosméticos, embalagens plásticas de alimentos, brinquedos macios, materiais de construção à base de PVC, etc. Eles alteram a função endócrina sendo capaz de se ligar aos receptores da tireoide.
Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou uma relação entre ftalatos e o risco de se obter diabetes. Eles analisaram a concentração de ftalatos na urina de 2.350 mulheres, e descobriram que as que estavam com elevados níveis de ftalatos na urina apresentavam maior probabilidade de desenvolver diabetes. Quanto maior a porcentagem de ftalatos na urina, o risco de ter diabetes pode dobrar.
Pesquisas apontam que ftalatos estão provocando mais diabetes em mulheres que aos homens, pois é um público que tem o hábito de fazer o uso de cosméticos e produtos que contenha o composto, em média mulheres usam cerca de 10 cosméticos ao dia.
Maristela Santos
Referências:
<https://sites.google.com/site/toxphthalates/>
<http://www.boasaude.com.br/noticias/9813/produtos-quimicos-utilizados-em-produtos-de-cuidados-pessoais-podem-aumentar-risco-de-diabetes-em-mulheres.html>
Imagem: <http://miyasboutique.wordpress.com/>
Medicamentos Disponíveis na Farmácia Popular
O Diabetes e o Programa Farmácia Popular do Brasil
No Brasil o Governo Federal criou um programa chamado Farmácia Popular do Brasil que custeia ou reduz em até 90% o preço dos medicamentos considerados essenciais à saúde. Há redes próprias de Farmácias Populares e vínculo com farmácias e drogarias privadas pelo programa Aqui tem Farmácia Popular que contribui para facilitar o acesso à população.
Os medicamentos disponibilizados para o diabetes são gratuitos e fazem parte do programa Saúde Não Tem Preço.
Estão disponíveis os seguintes medicamentos na forma genérica em farmácias, postos de saúde, drogarias entre outros:
CLORIDRATO DE METFORMINA - AÇÃO PROLONGADA 500 MG
CLORIDRATO DE METFORMINA 500 MG
CLORIDRATO DE METFORMINA 850 MG
GLIBENCLAMIDA 5 MG
INSULINA HUMANA 100 UI/ML
INSULINA HUMANA REGULAR 100 UI/ML
Referências
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